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Subject: preço de custo


Author:
paulo fidalgo
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Date Posted: 11:00:12 02/22/04 Sun
In reply to: Gonçalo Valverde 's message, "Re: valor e valorização de capital" on 10:29:59 02/22/04 Sun

A equação de valoriação do capital, para continuarmos num cenário abstracto e simples - a realidade é sempre mais complexa e na verdade, a circulação simples, a que serve de ponto de partida para o capital de Marx é basicamente uma abstração, como o é de resto a cenário das realções atómicas no acelarador linear ou os teste de evolução das bactérias em laboratório para provar os pressupostos do darwinismo. O ser uma ambiente hiper controlado e simplificado não retira validade à lei, apenas permite compreender o seu mecanismo despido de toda a variabilidade da natureza. É portanto um ambiente semelhante ao da experimentação científica.

Então essa equação estabelece que um ciclo de valoriza do capital começa com um dado capital de partido, C e termina com um capital valoriza do C'. Nesta equação, C é composto pelo capital fixo c, expressão das matérias primas, do seu valor, bem como o valor dos outros meios de produção, máquinas consumíveis, etc. É também composto pelo capital variável v, composto pelo valor da força de trabalho contratado ao seu preço/valor de troca que é dado peloovalor dos meiso de vida necessários à sua reprodução e manutenção. Assim C=c+v. Contudo, verifica-se no final do ciclo que C'>C. Porquê? Porque a c+v se junta uma parcela para muitos misteriosa que Marx, com base em Ricardo e noutros economistas pré-marxistas definiu como mais-valia ou m. Assim C'> C porque c+v+m>c+v.

Então onde está a origem da parcela m?

A parcela m resulta do facto do valor final dos bens produzidos no fim do ciclo ser dado não pelo seu custo (portanto C), mas pelo tempo social médio da sua produção. Ora, verifica-se que v consegue repor o seu valor (o valor dos meios de vida necessários à sua reprodução e manutenção ao fim digamos de 6 horas de trabalho. Isto é, produz em 6hoo oovalor correspondente ao valor do que tem de comprar em comida roupa e renda da casa. Mas o que contratou com o patrão não foi dar o valor igual ao valor daquilo que precisa. Acordo e deu em aparente liberdade contratual, a sua força de trablaho por um horário superior para produzir nesse horário aumentado um valor acrescido que vai ser posto no mercado e permitir trocas em montante superior ao que recebe. Assim o pat´rão não ganha nada nas primeiras 6 h00 mas ganha as 6hoo restantes.

Com o Estado a dirigir segmentos da economia o que se passa é que o Estado adianta o capital C e põe à disposição da sociedade bens necessários ao seu metabolismo a preços que traduzem C e não C'..Assim consegue várias coisas para o capitalismo a funcionar no resto da economia..COnsegue manter os meios de vida necessários à manutenção e reprodução da mão de obra em geral num preço baixo o que permite ao capitalismo pagar a mão de obra para as suas empresas com valores mais baixos. Isso, nas contas da Sonae, vai dar que o a dita quando contrata mão de obra não tem que entrar em linha de conta com o valor real da mão de obra, mas sim com um valor desvalorizado dado que o acesso aos meios de vida, por exemplo a saúde e a educação valem menos neste dispositivo estatal de produção. Portanto, mesmo que o Estado não cobre os bens produzidos ao seu valor real, mas ao custo de C, o que está a fazer é a subsidira o negócio capitalista nos outros ramos da economia. Portanto, os produtores estatais estão a ser privados do valor que produzem para se financiar o negócio capitalista noutros ramos da economia. Este é o papel dos aparelhos económicos do Estado capitalista (Nicos Poulantzas).

Ora, a consequência na economia estatal deste tipo de relações de produção é o de se estar de factooa exercer a exploração assalariada sobre os seus trabalhadores e a induzir uma devastadora alienação do trabalhador em relação ao produto do seu trabalho. Está portanto a provocar que o trabalhador aceita mais ou menos produzir as tais 6h00 iniciais mas torna-se um produtor relutante nas 6h00 restantes.

O grau de alienação é também devastador porque este tipo de actividade económica é feito à custa de uma "subjectividade operária" de tipo especial. É que de facto estes produtores são geralmente detentores de forte habilitação e instrução científica e portanto sabem e têm a capacidade de controlar e organizar o próprio processo do trabalho de forma muito mais habilitada do que os getores do ministério das finanças e dos seus agentes nos conselhos de administração..Portanto, o ministério das finanças ao reforçar a sua ditadura financeira e gestionária afasta das responsabilidades organizativas aqueles que precisamente têm a capacidade de induzir e promover a eficiência. Portanto, aumenta a dissociação entre o trabalhador e o produto do seu trablaho e aumenta a irracionalidade do sistema com decisões erradas, voluntaristas e atrasadas.

Este é o panorama da crise da gestão do Estado capitalista sobre os seus aparelhos económicos.

Uma coisa é certa, o capitalismo e os seus agentes no Estado nunca aceitarão que a economia estatal (passivamente) se torne autónoma e passe a valorizar-se como por exemplo o fazem as empresas privadas, pois que assim isso induziria um aumento do valor geral da mão de obra e criaria as condições para uma economia alternativa ao próprio capitalismo

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Replies:
Subject Author Date
Estado e mais-valiaFernando Redondo19:42:58 02/24/04 Tue
Re: preço de custoGonçalo Valverde09:39:14 02/28/04 Sat


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