VoyForums
[ Show ]
Support VoyForums
[ Shrink ]
VoyForums Announcement: Programming and providing support for this service has been a labor of love since 1997. We are one of the few services online who values our users' privacy, and have never sold your information. We have even fought hard to defend your privacy in legal cases; however, we've done it with almost no financial support -- paying out of pocket to continue providing the service. Due to the issues imposed on us by advertisers, we also stopped hosting most ads on the forums many years ago. We hope you appreciate our efforts.

Show your support by donating any amount. (Note: We are still technically a for-profit company, so your contribution is not tax-deductible.) PayPal Acct: Feedback:

Donate to VoyForums (PayPal):

Login ] [ Contact Forum Admin ] [ Main index ] [ Post a new message ] [ Search | Check update time | Archives: 12[3]4 ]
Subject: Re: Seminário sobre Autonomia


Author:
Rita Vilaça
[ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ]
Date Posted: 04:36:21 01/21/03 Tue
In reply to: Marcos Manso 's message, "Re: Seminário sobre Autonomia" on 17:15:52 01/20/03 Mon

>Oi Rita e colegas,
>
>"O papel do professor na perspectiva da autonomia :
>Como mudar de atitude ?"
>
>Creio que esta é a grande questão em termos de
>autonomia. Primeiro precisamos analisar se esta
>mudança já não está gradualmente sendo implantada
>mesmo em ambientes em que existem a presença daqueles
>arredios a esta mudança. Segundo, precisamos saber se
>esta tendência é realmente irreversível ou sua
>influência irreversivelmente marcante.
>
>De toda a forma, mudar é sempre um desafio, enorme
>para alguns e sem grandes problemas para outros. Isso
>tem muito a ver com motivação, com desejo, intenção e
>determinação. Para alguns a mudança, benéfica ou não,
>é aceita sem maiores dificuldades ou empecilhos;
>"compra-se" a idéia sem muita resistência ou
>refutações. Para outros, há necessidade de um
>convencimento maior, mais informações e análises sobre
>conteúdo e implicações da mudança. Para outros, apenas
>a necessidade de conscientização da necessidade de
>mudança. Outros aceitarão a mudança parcialmente e com
>certa relutância. Já outros, não estão abertos a
>nenhum tipo de mudança e resistirão a elas com toda
>suas forças. Mas há aqueles que também aceitam
>mudanças com até certa facilidade, mas logo abandonam
>por falta de compromisso, de adaptação adequada, de
>gerenciamento ideal da mudança, ou de motivação para
>continuar, para prosseguir. Infelizmente, há também
>aqueles que aceitam a idéia apenas nominalmente, como
>forma de se aprensentar em sintonia com o grupo ou
>movimento. Assim, eles acolhem superficialmente ou "da
>boca pra fora", mas na realidade, na prática não
>adotam a mudança.
>
>Na questão "autonomia", não é ou não será diferente. E
>mesmo assim, existe a questão de se analisar até que
>ponto ser autônomo ou em quais áreas isso seria
>possível.
>
>
>"Se você dá um peixe a alguém, então você dá a ele
>alimento para um dia; Se você ensina alguém a pescar,
>então você dá a ele alimento para toda a sua vida".
> Provérbio chinês
>
>Um provérbio muito conhecido e interessante, mas
>irônicamente veja como ele se torna "outdated",
>particularmente em função do tema que estamos
>abordando: como seria o nosso papel de 'ensinar alguém
>a pescar'? Seria criando um ambiente propício a sua
>aprendizagem? Provendo as técnicas e habilidades
>apropriadas para se aprender a pescar? Sugerindo
>"sites", outras fontes ou locais onde pode-se aprender
>a pescar? Interagir com o aprendiz no processo de
>aprendizagem? Facilitar o processo de pescagem ou a
>aprendizagem de pescaria? Veja como já se faz
>necessário reeditarmos o antigo provérbio chinês para
>o nosso tempo de hoje.
>
>Tomando-se a metáfora da pescaria, como podemos levar
>o aprendiz a assumir sua própria responsabilidade na
>aprendizagem? A partir de quando? do início? a partir
>do momento em que já domine algumas técnicas? depois
>de assimilado a parte teórica? ou ele fará todas as
>descobertas a partir de sugestões do
>professor/facilitador? Como o aluno "gerenciará o seu
>próprio processo de aprendizagem, tomando decisões de
>acordo com seus objetivos"? Chegará o aluno à
>conclusão de que, afinal, pescaria não é realmente
>aquilo que gostaria de ter aprendido? Ou pelo menos
>não naquele período? Ou ainda dentro daquele
>específico contexto? Teria o aluno autonomia para
>decidir abandonar o processo e buscar outro que lhe
>mais agrade? As respostas a essas perguntas satisfarão
>ou não aos aspectos citados abaixo:
>"· Os alunos tomam suas próprias decisões;
> · Os alunos decidem o que e como querem aprender;
> · Os alunos selecionam o próprio material didático;
> · Os alunos decidem se trabalhar individualmente ou em
> grupos (parcerias);
> · Os alunos decidem qual a melhor forma de avaliação;
>
>Um aspecto interessante na relação autonomia e a
>metáfora acima é o fato de mais do que simplesmente
>teorizar a respeito de como pescar, mostrar textos,
>figuras ou vídeos sobre o assunto, melhor seria
>proporcionar a aprendizagem "in loco", ou seja, à
>beira de um rio, lago ou praia. Mesmo assim, note-se
>que é bem possível que haverá alunos que preferirão
>aprender sobre pescaria em sala de aula, desejo que,
>dentro do conceito de autonomia, deve também ser
>respeitado. Fato é que muitos alunos preferem
>continuar em 'aquário' do que jamais ir a 'mar
>aberto'. Até que ponto incentivar ou estimular esses
>alunos a irem a 'mar aberto' é realmente válido se
>isso pode ir de desencontro a seus anseios ou
>objetivos? Nesse aspecto, é interessante pensar que
>alguns alunos andam em sintonia com uma eficaz
>aprendizagem de uma segunda língua até o ponto em que
>esta esteja em perfeito paralelismo com sua língua
>materna, como é o caso por exemplo, em que ele se
>depare apenas com cognatos verdadeiros; a presença de
>cognatos falsos torna-se então uma barreira, o que
>para outros alunos significaria apenas um outro
>aspecto da língua a ser aprendido.
>
>Com relação a questão "4)(O professor de um inglês tem
>maior facilidade de se "adaptar" `a perspectiva da
>autonomia do que o professor de uma outra língua
>estrangeira, como francês, alemão ou russo?", creio
>que não haveria nenhuma diferença em termos do tipo de
>língua, uma vez que a autonomia refere-se mais ao
>processo do que ao conteúdo.
>
>O que os colegas acham?
>
>Marcos Manso


Oi Marcos

Gostei muito das suas colocações. Acho que "ensinar a pescar" é realmente muito difícil e seria otimo se tivessemos tempo disponivel e condições para nos adaptar às diferenças dos nossos alunos. Acredito que essas diferenças ("pescar no lago" ou na sala de aula) deveriam ser respeitadas. Voce nao acha? Mas nao e dificil ou quase impossivel faze-lo dentro da estrutura que temos ?

Rita

[ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ]

Replies:
[> [> [> Subject: Re: Seminário sobre Autonomia


Author:
Maristela
[ Edit | View ]

Date Posted: 04:08:02 01/24/03 Fri

"Acho que "ensinar apescar" é realmente muito difícil e seria otimo se tivessemos tempo disponivel e condições para nos adaptar às diferenças dos nossos alunos. Acredito que
essas diferenças ("pescar no lago" ou na sala de aula)
deveriam ser respeitadas. Voce nao acha? Mas nao e
dificil ou quase impossivel faze-lo dentro da
estrutura que temos ?

Rita/Pessoal, é muito grafiticante quando você propicia um trabalho mais autônomo e o aluno dependente se torna mais independente. Logo, é gratificante para o aluno, para o professor e também para a instituição de ensino, pois ações que deram certo são divulgadas. Isso motiva ambos, prof e aluno(s) e essa motivação do aluno ( e também do professor) pode "gerar" aprendizagem autônoma, cada vez mais. Isso é um processo mais longitudinal!!

Acredito que se o processo de ensino-aprendizagem é, em diversos contextos, ainda o "aquário" (Weininger, 1987), temos que adaptá-lo, sermos flexíveis (Weininger, op. cit., p. 60) para que a aprendizagem mais eficaz/autônoma funcione nesse aquário, ou pelo menos, que se inicie nesse aquário. Acredito que os alunos querem ser bem sucedidos em sua aprendizagem e na vida, apesar da autonomia pela negação, "o aluno não exercer a capacidade de ser autônomo, o que acontece freqüentemente em contextos adversos à autonomia" (Santos, 2002, p. 144).

O caminho é a co-construção dessa autonomia entre professor, aluno(s), Instituição e sociedade e usando as palavras de Lívia,o processo de ensino-pesquisa-aprendizagem "deve ser iniciado"/co-construído, em qualquer contexto de aprendizagem. A aprendizagem é contínua e cooperativa. Nesse sentido, estaremos trabalhando para que a sala de aula deixe de ser "aquário" para ser a "base de apóio" dos co-aprendizes, professor e aluno(s)(Weininger, 1987, p. 59). Assim, [p]recisamos da postura autônoma de professor e dos alunos, cada vez mais, em qualquer ambiente educacional (Weininger, 1987, p. 61), para "sermos agente autônomos com letramento pleno na comunicação"(p. 62), cada vez mais, apesar de sabermos que "informacionalismo e globalização econômica e cultural são os dois pilares da nova revolução"(p.55) educacional.

Um abraço.
Maristela

Referências Bibliográfica

Weininger, M J. Do aquário em direção ao mar aberto: Mudanças no papel do professor e do aluno. In: LEFFA, V.O professor de Línguas Estrangeiras - Construindo a profissão, Pelotas, EDUCAT, 2001. p. 41- 68

SANTOS, V.M.X. Entrevista com Anita Wenden e Flávia Vieira. In: Linguage e Ensino. V. % No. Pelotas: UCPe, Julho 2002. p. 141-64
[> [> [> Subject: Re: Seminário sobre Autonomia


Author:
Denise Araújo
[ Edit | View ]

Date Posted: 09:30:03 01/24/03 Fri

>>"Se você dá um peixe a alguém, então você dá a ele
>>alimento para um dia; Se você ensina alguém a pescar,
>>então você dá a ele alimento para toda a sua vida".
>> Provérbio chinês
>>
>>Um provérbio muito conhecido e interessante, mas
>>irônicamente veja como ele se torna "outdated",
>>particularmente em função do tema que estamos
>>abordando: como seria o nosso papel de 'ensinar alguém
>>a pescar'? Seria criando um ambiente propício a sua
>>aprendizagem? Provendo as técnicas e habilidades
>>apropriadas para se aprender a pescar? Sugerindo
>>"sites", outras fontes ou locais onde pode-se aprender
>>a pescar? Interagir com o aprendiz no processo de
>>aprendizagem? Facilitar o processo de pescagem ou a
>>aprendizagem de pescaria? Veja como já se faz
>>necessário reeditarmos o antigo provérbio chinês para
>>o nosso tempo de hoje.
>>
>>Tomando-se a metáfora da pescaria, como podemos levar
>>o aprendiz a assumir sua própria responsabilidade na
>>aprendizagem? A partir de quando? do início? a partir
>>do momento em que já domine algumas técnicas? depois
>>de assimilado a parte teórica? ou ele fará todas as
>>descobertas a partir de sugestões do
>>professor/facilitador? Como o aluno "gerenciará o seu
>>próprio processo de aprendizagem, tomando decisões de
>>acordo com seus objetivos"? Chegará o aluno à
>>conclusão de que, afinal, pescaria não é realmente
>>aquilo que gostaria de ter aprendido? Ou pelo menos
>>não naquele período? Ou ainda dentro daquele
>>específico contexto? Teria o aluno autonomia para
>>decidir abandonar o processo e buscar outro que lhe
>>mais agrade?

Prezado Marcos

Concordo com Lívia ao afirmar que a "metáfora da pescaria" pode ser aplicada ao nosso contexto dentro de uma perspectiva do ensino-aprendizagem autonônoma, não considerando a mesma, ao meu ver, "outdated". Ensinar os nossos alunos a pescarem poderia ser traduzido nas palavras de DICKINSON (1994) como " by teacing them how to go about learning independently, that is, by teaching students how to learn".
Vejo pela suas inúmeras indagações, os vários caminhos que podemos seguir, cabendo ao professor tomar determinadas decisões de acordo com a sua realidade juntamente com os seus aprendizes (já que estamos falando em co-aprendizagem entre professores e aprendizes segundo Weininger (2001)) a partir da análise das necessidades e estilos dos participantes, dos fatores contextuais tais como percepções dos aprendizes sobre aprendizagem, ensino, linguagem, a sala de aula e outros.

Um abraço,
Denise

Obs.: Caso se interesse pela obra citada, favor olhar meu comentário para Maristela.
[> [> [> Subject: Re: Seminário sobre Autonomia


Author:
Marcos Manso
[ Edit | View ]

Date Posted: 09:39:56 01/29/03 Wed

Oi Rita,

realmente não é difícil, mas também não é fácil.
O que acontece é que geralmente somos tentados a sempre estarmos tentando algo novo ou que pareça ser melhor e que nos parece muito interessante ou eficaz. Mas qualquer nova idéia, técnica ou estratégia tem que ser necessariamente colocada em prática para que se avalie o comportamento dos alunos e os resultados apresentados.
É claro, que em termos de lingua e aprendizagem, dependendo do curso aplicado, os resultados podem se apresentar de forma subjetiva ou não tão objetiva como ocorreria numa área exata. Daí também a dificuldade de se avaliar.
O que não podemos, porém, é ficarmos estagnados e perplexos enquanto o "bonde" da história e das mudanças passam à nossa frente.

Abraços,
Marcos Manso.


[ Contact Forum Admin ]


Forum timezone: GMT-8
VF Version: 3.00b, ConfDB:
Before posting please read our privacy policy.
VoyForums(tm) is a Free Service from Voyager Info-Systems.
Copyright © 1998-2019 Voyager Info-Systems. All Rights Reserved.