Subject: Re: Seminário sobre Autonomia |
Author: Rita Vilaça
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Date Posted: 04:36:21 01/21/03 Tue
In reply to:
Marcos Manso
's message, "Re: Seminário sobre Autonomia" on 17:15:52 01/20/03 Mon
>Oi Rita e colegas,
>
>"O papel do professor na perspectiva da autonomia :
>Como mudar de atitude ?"
>
>Creio que esta é a grande questão em termos de
>autonomia. Primeiro precisamos analisar se esta
>mudança já não está gradualmente sendo implantada
>mesmo em ambientes em que existem a presença daqueles
>arredios a esta mudança. Segundo, precisamos saber se
>esta tendência é realmente irreversível ou sua
>influência irreversivelmente marcante.
>
>De toda a forma, mudar é sempre um desafio, enorme
>para alguns e sem grandes problemas para outros. Isso
>tem muito a ver com motivação, com desejo, intenção e
>determinação. Para alguns a mudança, benéfica ou não,
>é aceita sem maiores dificuldades ou empecilhos;
>"compra-se" a idéia sem muita resistência ou
>refutações. Para outros, há necessidade de um
>convencimento maior, mais informações e análises sobre
>conteúdo e implicações da mudança. Para outros, apenas
>a necessidade de conscientização da necessidade de
>mudança. Outros aceitarão a mudança parcialmente e com
>certa relutância. Já outros, não estão abertos a
>nenhum tipo de mudança e resistirão a elas com toda
>suas forças. Mas há aqueles que também aceitam
>mudanças com até certa facilidade, mas logo abandonam
>por falta de compromisso, de adaptação adequada, de
>gerenciamento ideal da mudança, ou de motivação para
>continuar, para prosseguir. Infelizmente, há também
>aqueles que aceitam a idéia apenas nominalmente, como
>forma de se aprensentar em sintonia com o grupo ou
>movimento. Assim, eles acolhem superficialmente ou "da
>boca pra fora", mas na realidade, na prática não
>adotam a mudança.
>
>Na questão "autonomia", não é ou não será diferente. E
>mesmo assim, existe a questão de se analisar até que
>ponto ser autônomo ou em quais áreas isso seria
>possível.
>
>
>"Se você dá um peixe a alguém, então você dá a ele
>alimento para um dia; Se você ensina alguém a pescar,
>então você dá a ele alimento para toda a sua vida".
> Provérbio chinês
>
>Um provérbio muito conhecido e interessante, mas
>irônicamente veja como ele se torna "outdated",
>particularmente em função do tema que estamos
>abordando: como seria o nosso papel de 'ensinar alguém
>a pescar'? Seria criando um ambiente propício a sua
>aprendizagem? Provendo as técnicas e habilidades
>apropriadas para se aprender a pescar? Sugerindo
>"sites", outras fontes ou locais onde pode-se aprender
>a pescar? Interagir com o aprendiz no processo de
>aprendizagem? Facilitar o processo de pescagem ou a
>aprendizagem de pescaria? Veja como já se faz
>necessário reeditarmos o antigo provérbio chinês para
>o nosso tempo de hoje.
>
>Tomando-se a metáfora da pescaria, como podemos levar
>o aprendiz a assumir sua própria responsabilidade na
>aprendizagem? A partir de quando? do início? a partir
>do momento em que já domine algumas técnicas? depois
>de assimilado a parte teórica? ou ele fará todas as
>descobertas a partir de sugestões do
>professor/facilitador? Como o aluno "gerenciará o seu
>próprio processo de aprendizagem, tomando decisões de
>acordo com seus objetivos"? Chegará o aluno à
>conclusão de que, afinal, pescaria não é realmente
>aquilo que gostaria de ter aprendido? Ou pelo menos
>não naquele período? Ou ainda dentro daquele
>específico contexto? Teria o aluno autonomia para
>decidir abandonar o processo e buscar outro que lhe
>mais agrade? As respostas a essas perguntas satisfarão
>ou não aos aspectos citados abaixo:
>"· Os alunos tomam suas próprias decisões;
> · Os alunos decidem o que e como querem aprender;
> · Os alunos selecionam o próprio material didático;
> · Os alunos decidem se trabalhar individualmente ou em
> grupos (parcerias);
> · Os alunos decidem qual a melhor forma de avaliação;
>
>Um aspecto interessante na relação autonomia e a
>metáfora acima é o fato de mais do que simplesmente
>teorizar a respeito de como pescar, mostrar textos,
>figuras ou vídeos sobre o assunto, melhor seria
>proporcionar a aprendizagem "in loco", ou seja, à
>beira de um rio, lago ou praia. Mesmo assim, note-se
>que é bem possível que haverá alunos que preferirão
>aprender sobre pescaria em sala de aula, desejo que,
>dentro do conceito de autonomia, deve também ser
>respeitado. Fato é que muitos alunos preferem
>continuar em 'aquário' do que jamais ir a 'mar
>aberto'. Até que ponto incentivar ou estimular esses
>alunos a irem a 'mar aberto' é realmente válido se
>isso pode ir de desencontro a seus anseios ou
>objetivos? Nesse aspecto, é interessante pensar que
>alguns alunos andam em sintonia com uma eficaz
>aprendizagem de uma segunda língua até o ponto em que
>esta esteja em perfeito paralelismo com sua língua
>materna, como é o caso por exemplo, em que ele se
>depare apenas com cognatos verdadeiros; a presença de
>cognatos falsos torna-se então uma barreira, o que
>para outros alunos significaria apenas um outro
>aspecto da língua a ser aprendido.
>
>Com relação a questão "4)(O professor de um inglês tem
>maior facilidade de se "adaptar" `a perspectiva da
>autonomia do que o professor de uma outra língua
>estrangeira, como francês, alemão ou russo?", creio
>que não haveria nenhuma diferença em termos do tipo de
>língua, uma vez que a autonomia refere-se mais ao
>processo do que ao conteúdo.
>
>O que os colegas acham?
>
>Marcos Manso
Oi Marcos
Gostei muito das suas colocações. Acho que "ensinar a pescar" é realmente muito difícil e seria otimo se tivessemos tempo disponivel e condições para nos adaptar às diferenças dos nossos alunos. Acredito que essas diferenças ("pescar no lago" ou na sala de aula) deveriam ser respeitadas. Voce nao acha? Mas nao e dificil ou quase impossivel faze-lo dentro da estrutura que temos ?
Rita
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