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Subject: Re: Seminário: Autonomia e Cooperação (10 a 17/02) - Reflexão inicial sobre a questão 1)


Author:
Maristela
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Date Posted: 06:16:10 02/15/03 Sat
In reply to: Maristela 's message, "Semiário: Autonomia e cooperação (10 a 15/02)" on 01:38:59 02/10/03 Mon

Liga-se a aquisição de língua estrangeira ou segunda língua à teoria do caos (Paiva, no prelo), a fim de tentar complementar as explicações de como essa acontece.

A teoria dos fractais é também chamada de teoria do caos, compreendendo sistemas dinâmicos caóticos, o que nos remete a sistemas complexos com muitas variáveis. Por fractais compreende-se, geralmente, como formas geométricas complexas e irregulares. A palavra “Caos” remota aos tempos da antiga Grécia. Na mitologia, Caos era o Pré-Universo, o estado primordial de Desordem ou Vazio.” ( Boschetti, s.d)

Essa teoria, que tenta descrever o comportamento quase imprevisível de alguns sistemas dinâmicos, surgiu por volta de 1962 com o meteorologista Edward Lorenz e há algumas versões para ela tais como o efeito borboleta, fractais. No efeito borboleta discute-se se “o bater de asa de uma borboleta no Brasil, desencadeia um tornado no Texas?” (Correia, 2002). O que esse questionamento sugere é que “insignificantes fatores podem amplificar-se temporariamente e mudar um estado” (Correa, 2002).

Na teoria do caos, há holismo (o todo é maior do que a soma das partes), indeterminismo, auto-organização (padrão de auto-organização temporária), tem-se ambos (não um ou o outro, dualismos), há incerteza (impossibilidade de determinar os dados de um sistema na sua totalidade), universo participativo (observador e fenômeno são uma coisa só), potencialidade (probabilidades, criatividade) (Danah, 1998).

Destaca-se, ainda, que na ordem há rigidez, previsibilidade e controle e essas idéias nos remetem a behaviorismo, a Foucault’s nightmare (Warschauer e Lepeintre, 1997). No caos, há flexibilidade, imprevisibilidade e não controle e essas noções remetem-nos à uma maior autonomia, criatividade e co-construção crítica de conhecimento. (Paiva-no prelo, Freire, Vygotsky...)

Percebe-se também que, “[a] fantática malha de informações da Internet é hoje um modelo vivo das relações caóticas do universo” (Garcia, 2000, p. 1), sendo a interdisciplinaridade característica dessa. Se estaremos nos referindo à imprevisibilidade, porque, então, estudá-la? Esse serve para tentarmos compreender melhor a natureza dos casos nas mudanças, para a partir daí, possibilitar nossa intervenção em momentos adequados. Logo, a teoria do caos surge como um novo modo de entender fenômenos, de compreender a complexidade da aquisição de língua estrangeira. Mesmo jovem, essa teoria é um bom começo na tentativa de explicação dos sistemas complexos.

Referências Bibliográficas

BOSCHETTI César. Século XXI: o império do caos. Disponível em http://www.orbita.starmedia.com/~c_boschetti/atual/caos.htm

CORREA, W. Teoria do caos. 2002 Disponível em http://www.geocities.com/inthechaos/histo.htm

DANAH, Zohar, Será que eu tenho que saber Física Quântica? ”Revista Exame, p. 106-112, novembro de 1998. Disponível em http://www.geocities.com/filoxxi/3.html

GARCIA, D. R. A nova ordem caótica controla a Internet, 2000. Disponível em < http//www.estado.estadao.com.br/edicao/especial/ciência/caos/caos1.html >

KON, João. Teoria do caos, autopoiesis, fractais, estruturas dissipativas e outras novidades. 1994. Disponível em http://www.facilita.com.br/facartigo4.htm

WARCHAUER, M e LEPEINTRE, S. Freire’s dream or Focault’s nightmare: teacher-student relations on na international computer network. In: Debski, J. Gassin, e Smith (Eds.) Language learning Through social computing. Parkvile, Australia: Applied Linguistics Associaion of austrália, 1997.

PAIVA, V.L.M.O. Modelo fractal de aquisição de línguas. No prelo. Disponível em http://www.veramenezes.com/modelo.htm

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Replies:
[> Subject: Re: Semiário: Autonomia e cooperação (10 a 15/02)


Author:
paisoliveira (Sergio)
[ Edit | View ]

Date Posted: 17:09:08 02/16/03 Sun

Maristela,
Parabéns pelos textos que você escolheu. Li os textos: Uma ponte para a autonomia e Autonomia e sensibilidade na rede: uma proposta metodológica Gostei de ambos.

O primeiro é muito interessante, pois os autores discutem os vários termos para tratar de autonomia. Dickinson (1987) usa o termo “auto-instrução” para situações onde o aluno trabalha sem o controle direto do professor. É dado ao aluno uma porção de responsabilidade para que gradativamente ele possa ser responsável pelo seu aprendizado. Gostei dessa definição por que não se pode deixar o aluno com o controle total repentinamente. Há que se ensinar e passar o controle aos poucos, a medida que ele vai se conscientizando de seu papel e de sua participação na construção do conhecimento.Catapan (pg7) afirma que “O modelo educacional de hoje é baseado na transmissão do conhecimento, assumindo que o aluno é um recipiente vazio a ser preenchido ou um produto a ser montado.” Por causa dessa prática educacional existente no Brasil é que não se pode exigir de nosso aluno que ele tenha uma postura autônoma repentinamente.
“Dickinson usa o termo “autonomia” quando o aprendiz é totalmente responsável por todas as decisões relativas ao aprendizado e à implementação dessas decisões”.(Bohn et all, pg2) Fico pensando até que ponto o aprendiz é capaz de tomar decisões que sejam as melhores para ele. Talvez o professor, com toda a sua bagagem e experiência, possa ainda ser um mediador/facilitador e orientador dessa escolha.
Um outro ponto relevante no segundo texto: “o desenvolvimento de uma nova proposta, que seja desvinculada dos velhos paradigmas, requer que estejamos preparados para estas novas mudanças que o contexto atual exige de nós educadores.” Talvez a coisa mais difícil de se mudar é a atitude, pensamento, posturas e valores dos educadores. É sempre um “choque”grande mudar algo que já vem sendo praticado há décadas, ensinado e passado como o “certo e ideal.” A universidade é que teria que se reestruturar para criar já desde cedo alunos e professores que tivessem uma postura mais autônoma e renovadora na bipolaridade de ensino e aprendizagem.

Abraços,
Paisoliveira
[> [> Subject: Re: Seminário: Autonomia e cooperação (10 a 15/02)


Author:
Maristela
[ Edit | View ]

Date Posted: 09:40:38 02/18/03 Tue

"O primeiro é muito interessante, pois os autores
" Dickinson (1987) usa o termo “auto-instrução” para
situações onde o aluno trabalha sem o controle direto
do professor. É dado ao aluno uma porção de
responsabilidade para que gradativamente ele possa ser
responsável pelo seu aprendizado. Gostei dessa
definição por que não se pode deixar o aluno com o
controle total repentinamente. Há que se ensinar e
passar o controle aos poucos, a medida que ele vai se
conscientizando de seu papel e de sua participação na
construção do conhecimento."

É isso ai, Sérgio!
Acredito que o adequado no processo de ensino-pesquisa-aprendizagem é que aluno(s) e professor trabalhem como em um time, ou seja, fazendo parte da mesma equipe a fim de conseguir o objetivo alcançado, aprendizagem-autonomia, e para isso, o trabalho em equipe, a cooperação/colaboração é fundamental. Ai entra a questão que o papel dos professores é propiciar aos aprendizes uma maior autonomia, auto-regulação em relação ao processo de aprendizagem, mediar o "time" para que cada elemento (aprendiz) produza no coletivo e também na individualidade. Essa aprendizagem do aluno está relacionada ao cidadão como um todo e e não somente com o aluno (aprendiz) e isso nos remete a Paulo Freire.

“O modelo educacional de hoje é baseado na transmissão
do conhecimento, assumindo que o aluno é um recipiente
vazio a ser preenchido ou um produto a ser montado.”

Isso é behaviorismo, é orden, é rigidez, previsibilidade, controle, é Foucault´s nightmare.

“Dickinson usa o termo “autonomia” quando o aprendiz é
totalmente responsável por todas as decisões relativas
ao aprendizado e à implementação dessas
decisões”.(Bohn et all, pg2)"

Essa maior autonomia do aprendiz está relacionado á sua maior auto-regulação, que se relacionada á autopoiésis (auto-produção e auto-regeneração)

“o desenvolvimento de uma nova proposta, que seja
desvinculada dos velhos paradigmas, requer que
estejamos preparados para estas novas mudanças que o
contexto atual exige de nós educadores.”

Será que precisamos nos desvincular dos velhos paradigmas ou usá-los com questões a serem redefinidas, reconstruídas?
Acredito que a ciência/conhecimento/vida é construção e reconstrução...

"Talvez a coisa mais difícil de se mudar é a atitude,
pensamento, posturas e valores dos educadores. É
sempre um “choque”grande mudar algo que já vem sendo
praticado há décadas, ensinado e passado como o “certo
e ideal.”

Iniciar/provocar uma mudança, muitas das vezes, não é fácil mesmo e isso está relacionado a "cultura" e como um processo de mudança é gradativo, as ações devem ser cautelosas e refletidas continuamente. O importante é estar provocando, sempre, essas mudanças, pois acredito que as "sementes" devam ser plantadas e cultivadas e o "germinar/nascer/crescer", maior autonomia e maior aprendizagem, é co-construído mais longitudinalmente.

"A universidade é que teria que se
reestruturar para criar já desde cedo alunos e
professores que tivessem uma postura mais autônoma e
renovadora na bipolaridade de ensino e aprendizagem."

Não estou vendo o processo como bipolar, mas como caótico, não linear e cíclico e ai entra o ciclo do ensino, da pesquisa, e da aprendizagem. A Universidade tem a sua responsabilidade no papel de construção de conhecimento e autonomia, mas a responsabilidade e de todos nós e, para isso, deve haver uma vontade (ação) coletiva. "É preciso que todos sejam deliberadores (Bohn, p. 11) e co-construtores e que cada um dê a sua contribuição para que o "time" funcione.

Sérgio, muito obrigada por contribuir com este seminário! Valeu mesmo!!!

Um grande abraço.
Maristela


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