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Subject: Seminário sobre Autonomia


Author:
Rita
[ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ]
Date Posted: 07:14:34 01/20/03 Mon

O papel do professor na perspectiva da autonomia : Como mudar de atitude ?


"Se você dá um peixe a alguém, então você dá a ele alimento para um dia;
Se você ensina alguém a pescar, então você dá a ele alimento para toda a sua vida".
Provérbio chinês

Pode-se definir autonomia como sendo a capacidade que os alunos têm de assumir a responsabilidade de sua própria aprendizagem, isto é, o aluno é capaz de gerenciar seu próprio processo de aprendizagem, tomando decisões de acordo com seus objetivos. São os próprios alunos que decidem o que e como aprender. Esses alunos têm ainda a capacidade de compreender que o ensino/aprendizagem não se resuma à sala de aula , mas a todo contexto e situação que envolvem ensinos de uma maneira geral.
O ensino/aprendizagem fundamentados no conceito de autonomia apresentam os seguintes aspectos:
· Os alunos tomam suas próprias decisões;
· Os alunos decidem o que e como querem aprender;
· Os alunos selecionam o próprio material didático;
· Os alunos decidem se trabalhar individualmente ou em grupos (parcerias);
· Os alunos decidem qual a melhor forma de avaliação;

Como fica, então, o papel do professor sob a perspectiva da autonomia ?

Como aprender a lidar com uma nova situação, no qual alunos são mais independentes?

SUGESTÕES DE PONTOS A SEREM DISCUTIDOS:

1) Como um professor pode se tronar um "agente global" e co-aprender com seu aluno dentro da perspectiva da autonomia?

2) Dentro de sua experiência pessoal como professor e/ou como aprendiz de língua
estrangeira, qual a maior dificuldade em ir "do aquário ao mar aberto" ?

3) Weininger ( 2001) menciona uma convergência entre o ensino de língua estrangeira e
língua materna. Na sua opinião, em qual (quais) aspecto(s) ela seria mais relevante ?

4) O professor de um inglês tem maior facilidade de se "adaptar" `a perspectiva da
autonomia do que o professor de uma outra língua estrangeira, como francês, alemão ou russo ? Sim; Não e Por quê ?

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Replies:
[> Subject: Re: Seminário sobre Autonomia


Author:
Marcos Manso
[ Edit | View ]

Date Posted: 17:15:52 01/20/03 Mon

Oi Rita e colegas,

"O papel do professor na perspectiva da autonomia :
Como mudar de atitude ?"

Creio que esta é a grande questão em termos de autonomia. Primeiro precisamos analisar se esta mudança já não está gradualmente sendo implantada mesmo em ambientes em que existem a presença daqueles arredios a esta mudança. Segundo, precisamos saber se esta tendência é realmente irreversível ou sua influência irreversivelmente marcante.

De toda a forma, mudar é sempre um desafio, enorme para alguns e sem grandes problemas para outros. Isso tem muito a ver com motivação, com desejo, intenção e determinação. Para alguns a mudança, benéfica ou não, é aceita sem maiores dificuldades ou empecilhos; "compra-se" a idéia sem muita resistência ou refutações. Para outros, há necessidade de um convencimento maior, mais informações e análises sobre conteúdo e implicações da mudança. Para outros, apenas a necessidade de conscientização da necessidade de mudança. Outros aceitarão a mudança parcialmente e com certa relutância. Já outros, não estão abertos a nenhum tipo de mudança e resistirão a elas com toda suas forças. Mas há aqueles que também aceitam mudanças com até certa facilidade, mas logo abandonam por falta de compromisso, de adaptação adequada, de gerenciamento ideal da mudança, ou de motivação para continuar, para prosseguir. Infelizmente, há também aqueles que aceitam a idéia apenas nominalmente, como forma de se aprensentar em sintonia com o grupo ou movimento. Assim, eles acolhem superficialmente ou "da boca pra fora", mas na realidade, na prática não adotam a mudança.

Na questão "autonomia", não é ou não será diferente. E mesmo assim, existe a questão de se analisar até que ponto ser autônomo ou em quais áreas isso seria possível.


"Se você dá um peixe a alguém, então você dá a ele alimento para um dia; Se você ensina alguém a pescar, então você dá a ele alimento para toda a sua vida".
Provérbio chinês

Um provérbio muito conhecido e interessante, mas irônicamente veja como ele se torna "outdated", particularmente em função do tema que estamos abordando: como seria o nosso papel de 'ensinar alguém a pescar'? Seria criando um ambiente propício a sua aprendizagem? Provendo as técnicas e habilidades apropriadas para se aprender a pescar? Sugerindo "sites", outras fontes ou locais onde pode-se aprender a pescar? Interagir com o aprendiz no processo de aprendizagem? Facilitar o processo de pescagem ou a aprendizagem de pescaria? Veja como já se faz necessário reeditarmos o antigo provérbio chinês para o nosso tempo de hoje.

Tomando-se a metáfora da pescaria, como podemos levar o aprendiz a assumir sua própria responsabilidade na aprendizagem? A partir de quando? do início? a partir do momento em que já domine algumas técnicas? depois de assimilado a parte teórica? ou ele fará todas as descobertas a partir de sugestões do professor/facilitador? Como o aluno "gerenciará o seu próprio processo de aprendizagem, tomando decisões de acordo com seus objetivos"? Chegará o aluno à conclusão de que, afinal, pescaria não é realmente aquilo que gostaria de ter aprendido? Ou pelo menos não naquele período? Ou ainda dentro daquele específico contexto? Teria o aluno autonomia para decidir abandonar o processo e buscar outro que lhe mais agrade? As respostas a essas perguntas satisfarão ou não aos aspectos citados abaixo:
"· Os alunos tomam suas próprias decisões;
· Os alunos decidem o que e como querem aprender;
· Os alunos selecionam o próprio material didático;
· Os alunos decidem se trabalhar individualmente ou em
grupos (parcerias);
· Os alunos decidem qual a melhor forma de avaliação;

Um aspecto interessante na relação autonomia e a metáfora acima é o fato de mais do que simplesmente teorizar a respeito de como pescar, mostrar textos, figuras ou vídeos sobre o assunto, melhor seria proporcionar a aprendizagem "in loco", ou seja, à beira de um rio, lago ou praia. Mesmo assim, note-se que é bem possível que haverá alunos que preferirão aprender sobre pescaria em sala de aula, desejo que, dentro do conceito de autonomia, deve também ser respeitado. Fato é que muitos alunos preferem continuar em 'aquário' do que jamais ir a 'mar aberto'. Até que ponto incentivar ou estimular esses alunos a irem a 'mar aberto' é realmente válido se isso pode ir de desencontro a seus anseios ou objetivos? Nesse aspecto, é interessante pensar que alguns alunos andam em sintonia com uma eficaz aprendizagem de uma segunda língua até o ponto em que esta esteja em perfeito paralelismo com sua língua materna, como é o caso por exemplo, em que ele se depare apenas com cognatos verdadeiros; a presença de cognatos falsos torna-se então uma barreira, o que para outros alunos significaria apenas um outro aspecto da língua a ser aprendido.

Com relação a questão "4)(O professor de um inglês tem maior facilidade de se "adaptar" `a perspectiva da
autonomia do que o professor de uma outra língua estrangeira, como francês, alemão ou russo?", creio que não haveria nenhuma diferença em termos do tipo de língua, uma vez que a autonomia refere-se mais ao processo do que ao conteúdo.

O que os colegas acham?

Marcos Manso
[> [> Subject: Re: Seminário sobre Autonomia


Author:
Rita Vilaça
[ Edit | View ]

Date Posted: 04:36:21 01/21/03 Tue

>Oi Rita e colegas,
>
>"O papel do professor na perspectiva da autonomia :
>Como mudar de atitude ?"
>
>Creio que esta é a grande questão em termos de
>autonomia. Primeiro precisamos analisar se esta
>mudança já não está gradualmente sendo implantada
>mesmo em ambientes em que existem a presença daqueles
>arredios a esta mudança. Segundo, precisamos saber se
>esta tendência é realmente irreversível ou sua
>influência irreversivelmente marcante.
>
>De toda a forma, mudar é sempre um desafio, enorme
>para alguns e sem grandes problemas para outros. Isso
>tem muito a ver com motivação, com desejo, intenção e
>determinação. Para alguns a mudança, benéfica ou não,
>é aceita sem maiores dificuldades ou empecilhos;
>"compra-se" a idéia sem muita resistência ou
>refutações. Para outros, há necessidade de um
>convencimento maior, mais informações e análises sobre
>conteúdo e implicações da mudança. Para outros, apenas
>a necessidade de conscientização da necessidade de
>mudança. Outros aceitarão a mudança parcialmente e com
>certa relutância. Já outros, não estão abertos a
>nenhum tipo de mudança e resistirão a elas com toda
>suas forças. Mas há aqueles que também aceitam
>mudanças com até certa facilidade, mas logo abandonam
>por falta de compromisso, de adaptação adequada, de
>gerenciamento ideal da mudança, ou de motivação para
>continuar, para prosseguir. Infelizmente, há também
>aqueles que aceitam a idéia apenas nominalmente, como
>forma de se aprensentar em sintonia com o grupo ou
>movimento. Assim, eles acolhem superficialmente ou "da
>boca pra fora", mas na realidade, na prática não
>adotam a mudança.
>
>Na questão "autonomia", não é ou não será diferente. E
>mesmo assim, existe a questão de se analisar até que
>ponto ser autônomo ou em quais áreas isso seria
>possível.
>
>
>"Se você dá um peixe a alguém, então você dá a ele
>alimento para um dia; Se você ensina alguém a pescar,
>então você dá a ele alimento para toda a sua vida".
> Provérbio chinês
>
>Um provérbio muito conhecido e interessante, mas
>irônicamente veja como ele se torna "outdated",
>particularmente em função do tema que estamos
>abordando: como seria o nosso papel de 'ensinar alguém
>a pescar'? Seria criando um ambiente propício a sua
>aprendizagem? Provendo as técnicas e habilidades
>apropriadas para se aprender a pescar? Sugerindo
>"sites", outras fontes ou locais onde pode-se aprender
>a pescar? Interagir com o aprendiz no processo de
>aprendizagem? Facilitar o processo de pescagem ou a
>aprendizagem de pescaria? Veja como já se faz
>necessário reeditarmos o antigo provérbio chinês para
>o nosso tempo de hoje.
>
>Tomando-se a metáfora da pescaria, como podemos levar
>o aprendiz a assumir sua própria responsabilidade na
>aprendizagem? A partir de quando? do início? a partir
>do momento em que já domine algumas técnicas? depois
>de assimilado a parte teórica? ou ele fará todas as
>descobertas a partir de sugestões do
>professor/facilitador? Como o aluno "gerenciará o seu
>próprio processo de aprendizagem, tomando decisões de
>acordo com seus objetivos"? Chegará o aluno à
>conclusão de que, afinal, pescaria não é realmente
>aquilo que gostaria de ter aprendido? Ou pelo menos
>não naquele período? Ou ainda dentro daquele
>específico contexto? Teria o aluno autonomia para
>decidir abandonar o processo e buscar outro que lhe
>mais agrade? As respostas a essas perguntas satisfarão
>ou não aos aspectos citados abaixo:
>"· Os alunos tomam suas próprias decisões;
> · Os alunos decidem o que e como querem aprender;
> · Os alunos selecionam o próprio material didático;
> · Os alunos decidem se trabalhar individualmente ou em
> grupos (parcerias);
> · Os alunos decidem qual a melhor forma de avaliação;
>
>Um aspecto interessante na relação autonomia e a
>metáfora acima é o fato de mais do que simplesmente
>teorizar a respeito de como pescar, mostrar textos,
>figuras ou vídeos sobre o assunto, melhor seria
>proporcionar a aprendizagem "in loco", ou seja, à
>beira de um rio, lago ou praia. Mesmo assim, note-se
>que é bem possível que haverá alunos que preferirão
>aprender sobre pescaria em sala de aula, desejo que,
>dentro do conceito de autonomia, deve também ser
>respeitado. Fato é que muitos alunos preferem
>continuar em 'aquário' do que jamais ir a 'mar
>aberto'. Até que ponto incentivar ou estimular esses
>alunos a irem a 'mar aberto' é realmente válido se
>isso pode ir de desencontro a seus anseios ou
>objetivos? Nesse aspecto, é interessante pensar que
>alguns alunos andam em sintonia com uma eficaz
>aprendizagem de uma segunda língua até o ponto em que
>esta esteja em perfeito paralelismo com sua língua
>materna, como é o caso por exemplo, em que ele se
>depare apenas com cognatos verdadeiros; a presença de
>cognatos falsos torna-se então uma barreira, o que
>para outros alunos significaria apenas um outro
>aspecto da língua a ser aprendido.
>
>Com relação a questão "4)(O professor de um inglês tem
>maior facilidade de se "adaptar" `a perspectiva da
>autonomia do que o professor de uma outra língua
>estrangeira, como francês, alemão ou russo?", creio
>que não haveria nenhuma diferença em termos do tipo de
>língua, uma vez que a autonomia refere-se mais ao
>processo do que ao conteúdo.
>
>O que os colegas acham?
>
>Marcos Manso


Oi Marcos

Gostei muito das suas colocações. Acho que "ensinar a pescar" é realmente muito difícil e seria otimo se tivessemos tempo disponivel e condições para nos adaptar às diferenças dos nossos alunos. Acredito que essas diferenças ("pescar no lago" ou na sala de aula) deveriam ser respeitadas. Voce nao acha? Mas nao e dificil ou quase impossivel faze-lo dentro da estrutura que temos ?

Rita
[> [> [> Subject: Re: Seminário sobre Autonomia


Author:
Maristela
[ Edit | View ]

Date Posted: 04:08:02 01/24/03 Fri

"Acho que "ensinar apescar" é realmente muito difícil e seria otimo se tivessemos tempo disponivel e condições para nos adaptar às diferenças dos nossos alunos. Acredito que
essas diferenças ("pescar no lago" ou na sala de aula)
deveriam ser respeitadas. Voce nao acha? Mas nao e
dificil ou quase impossivel faze-lo dentro da
estrutura que temos ?

Rita/Pessoal, é muito grafiticante quando você propicia um trabalho mais autônomo e o aluno dependente se torna mais independente. Logo, é gratificante para o aluno, para o professor e também para a instituição de ensino, pois ações que deram certo são divulgadas. Isso motiva ambos, prof e aluno(s) e essa motivação do aluno ( e também do professor) pode "gerar" aprendizagem autônoma, cada vez mais. Isso é um processo mais longitudinal!!

Acredito que se o processo de ensino-aprendizagem é, em diversos contextos, ainda o "aquário" (Weininger, 1987), temos que adaptá-lo, sermos flexíveis (Weininger, op. cit., p. 60) para que a aprendizagem mais eficaz/autônoma funcione nesse aquário, ou pelo menos, que se inicie nesse aquário. Acredito que os alunos querem ser bem sucedidos em sua aprendizagem e na vida, apesar da autonomia pela negação, "o aluno não exercer a capacidade de ser autônomo, o que acontece freqüentemente em contextos adversos à autonomia" (Santos, 2002, p. 144).

O caminho é a co-construção dessa autonomia entre professor, aluno(s), Instituição e sociedade e usando as palavras de Lívia,o processo de ensino-pesquisa-aprendizagem "deve ser iniciado"/co-construído, em qualquer contexto de aprendizagem. A aprendizagem é contínua e cooperativa. Nesse sentido, estaremos trabalhando para que a sala de aula deixe de ser "aquário" para ser a "base de apóio" dos co-aprendizes, professor e aluno(s)(Weininger, 1987, p. 59). Assim, [p]recisamos da postura autônoma de professor e dos alunos, cada vez mais, em qualquer ambiente educacional (Weininger, 1987, p. 61), para "sermos agente autônomos com letramento pleno na comunicação"(p. 62), cada vez mais, apesar de sabermos que "informacionalismo e globalização econômica e cultural são os dois pilares da nova revolução"(p.55) educacional.

Um abraço.
Maristela

Referências Bibliográfica

Weininger, M J. Do aquário em direção ao mar aberto: Mudanças no papel do professor e do aluno. In: LEFFA, V.O professor de Línguas Estrangeiras - Construindo a profissão, Pelotas, EDUCAT, 2001. p. 41- 68

SANTOS, V.M.X. Entrevista com Anita Wenden e Flávia Vieira. In: Linguage e Ensino. V. % No. Pelotas: UCPe, Julho 2002. p. 141-64
[> [> [> Subject: Re: Seminário sobre Autonomia


Author:
Denise Araújo
[ Edit | View ]

Date Posted: 09:30:03 01/24/03 Fri

>>"Se você dá um peixe a alguém, então você dá a ele
>>alimento para um dia; Se você ensina alguém a pescar,
>>então você dá a ele alimento para toda a sua vida".
>> Provérbio chinês
>>
>>Um provérbio muito conhecido e interessante, mas
>>irônicamente veja como ele se torna "outdated",
>>particularmente em função do tema que estamos
>>abordando: como seria o nosso papel de 'ensinar alguém
>>a pescar'? Seria criando um ambiente propício a sua
>>aprendizagem? Provendo as técnicas e habilidades
>>apropriadas para se aprender a pescar? Sugerindo
>>"sites", outras fontes ou locais onde pode-se aprender
>>a pescar? Interagir com o aprendiz no processo de
>>aprendizagem? Facilitar o processo de pescagem ou a
>>aprendizagem de pescaria? Veja como já se faz
>>necessário reeditarmos o antigo provérbio chinês para
>>o nosso tempo de hoje.
>>
>>Tomando-se a metáfora da pescaria, como podemos levar
>>o aprendiz a assumir sua própria responsabilidade na
>>aprendizagem? A partir de quando? do início? a partir
>>do momento em que já domine algumas técnicas? depois
>>de assimilado a parte teórica? ou ele fará todas as
>>descobertas a partir de sugestões do
>>professor/facilitador? Como o aluno "gerenciará o seu
>>próprio processo de aprendizagem, tomando decisões de
>>acordo com seus objetivos"? Chegará o aluno à
>>conclusão de que, afinal, pescaria não é realmente
>>aquilo que gostaria de ter aprendido? Ou pelo menos
>>não naquele período? Ou ainda dentro daquele
>>específico contexto? Teria o aluno autonomia para
>>decidir abandonar o processo e buscar outro que lhe
>>mais agrade?

Prezado Marcos

Concordo com Lívia ao afirmar que a "metáfora da pescaria" pode ser aplicada ao nosso contexto dentro de uma perspectiva do ensino-aprendizagem autonônoma, não considerando a mesma, ao meu ver, "outdated". Ensinar os nossos alunos a pescarem poderia ser traduzido nas palavras de DICKINSON (1994) como " by teacing them how to go about learning independently, that is, by teaching students how to learn".
Vejo pela suas inúmeras indagações, os vários caminhos que podemos seguir, cabendo ao professor tomar determinadas decisões de acordo com a sua realidade juntamente com os seus aprendizes (já que estamos falando em co-aprendizagem entre professores e aprendizes segundo Weininger (2001)) a partir da análise das necessidades e estilos dos participantes, dos fatores contextuais tais como percepções dos aprendizes sobre aprendizagem, ensino, linguagem, a sala de aula e outros.

Um abraço,
Denise

Obs.: Caso se interesse pela obra citada, favor olhar meu comentário para Maristela.
[> [> [> Subject: Re: Seminário sobre Autonomia


Author:
Marcos Manso
[ Edit | View ]

Date Posted: 09:39:56 01/29/03 Wed

Oi Rita,

realmente não é difícil, mas também não é fácil.
O que acontece é que geralmente somos tentados a sempre estarmos tentando algo novo ou que pareça ser melhor e que nos parece muito interessante ou eficaz. Mas qualquer nova idéia, técnica ou estratégia tem que ser necessariamente colocada em prática para que se avalie o comportamento dos alunos e os resultados apresentados.
É claro, que em termos de lingua e aprendizagem, dependendo do curso aplicado, os resultados podem se apresentar de forma subjetiva ou não tão objetiva como ocorreria numa área exata. Daí também a dificuldade de se avaliar.
O que não podemos, porém, é ficarmos estagnados e perplexos enquanto o "bonde" da história e das mudanças passam à nossa frente.

Abraços,
Marcos Manso.
[> [> Subject: Re: Seminário sobre Autonomia


Author:
Lívia Fortes
[ Edit | View ]

Date Posted: 09:40:04 01/22/03 Wed

>"Se você dá um peixe a alguém, então você dá a ele
>alimento para um dia; Se você ensina alguém a pescar,
>então você dá a ele alimento para toda a sua vida".
> Provérbio chinês
>
>Um provérbio muito conhecido e interessante, mas
>irônicamente veja como ele se torna "outdated",
>particularmente em função do tema que estamos
>abordando: como seria o nosso papel de 'ensinar alguém
>a pescar'? Seria criando um ambiente propício a sua
>aprendizagem? Provendo as técnicas e habilidades
>apropriadas para se aprender a pescar? Sugerindo
>"sites", outras fontes ou locais onde pode-se aprender
>a pescar? Interagir com o aprendiz no processo de
>aprendizagem? Facilitar o processo de pescagem ou a
>aprendizagem de pescaria? Veja como já se faz
>necessário reeditarmos o antigo provérbio chinês para
>o nosso tempo de hoje.
>
Marcos,
Gostei do provérbio e acho que ele tem tudo a ver com a questão da autonomia, e não penso que ele esteja ultrapassado, não. Quando ele diz: "ensinar a pescar" relaciono essa idéia à de ensinarmos nossos alunos a aprender. E isso é possível através do ensino de estratégias, de trabalhos colaborativos e em grupo, da diversificação dos meios usados para ensinarmos, e mais todas as possibilidades levantadas em sua colocação. A partir daí, estaremos iniciando o processo de aprendizado autônomo.
Abraço,
Lívia.
[> [> [> Subject: Re: Seminário sobre Autonomia


Author:
Maristela
[ Edit | View ]

Date Posted: 03:09:47 01/24/03 Fri

"E isso é possível através do ensino de
estratégias, de trabalhos colaborativos e em grupo, da
diversificação dos meios usados para ensinarmos, e
mais todas as possibilidades levantadas em sua
colocação. A partir daí, estaremos iniciando o
processo de aprendizado autônomo."

Lívia.

Gostei muito de sua argumentação de iniciarmos o processo de aprendizagem autônoma.Isto porque a aprendizagem é um processo que se desenvolve em colaboração, dentro de um contínuo no qual há o aprendiz dependente, o independente e o autônomo. Autonomia é uma etapa a que se chega e essa é co-construída colaboratimente não somente pelo professor e aluno(s), mas por uma sociedade.Um abraço.

Maristela
[> Subject: Re: Seminário sobre Autonomia


Author:
claudia neffa
[ Edit | View ]

Date Posted: 12:37:27 01/21/03 Tue

>
>
>
>
>SUGESTÕES DE PONTOS A SEREM DISCUTIDOS:

>
>2) Dentro de sua experiência pessoal como professor
>e/ou como aprendiz de língua
>
> estrangeira, qual a maior dificuldade em ir "do
>aquário ao mar aberto" ?
Para mim, o mais difícil é deixar de lado o "poder" que a minha posição como professora me dá. Parece que eu me sinto insegura se não estiver "controlando" tudo o que se passa e às vezes tenho a impressão de "não estar ensinando" se deixar muito na mão dos alunos mas depois de ter tomado consciência da importância da autonomia para a aprendizagem, venho tentando mudar e creio que já consegui bastante progressos somente por estar consciente da questão.
>

>
>4) O professor de um inglês tem maior facilidade de se
>"adaptar" `a perspectiva da
>autonomia do que o professor de uma outra língua
>estrangeira, como francês, alemão ou russo ? Sim;
>Não e Por quê ?
Não, por que teria? Acho que trabalhar a autonomia dos alunos é uma escolha que o professor faz e é uma atitude diferente que toma. A única diferença é que temos mais acesso a materiais autênticos em língua inglesa, o que favorece o trabalho com a autonomia. Acredito que é a postura do professor que faz toda a diferença.
claudia
[> [> Subject: Re: Seminário sobre Autonomia


Author:
Stella Lima
[ Edit | View ]

Date Posted: 15:34:17 01/22/03 Wed

SUGESTÕES DE PONTOS A SEREM DISCUTIDOS:

2-Dentro de sua experiência pessoal como professor
e/ou como aprendiz de língua estrangeira, qual a maior dificuldade em ir "do aquário ao mar aberto"?

Em sala de aula, como professora, encontro uma grande dificuldade em lidar com o erro do aluno.Mesmo ciente de que preciso ir" do aquário a mar aberto", sempre me pego fazendo correções em momentos indevidos.Tenho procurado me policiar neste sentido, mas, sei que ainda tenho muito a melhorar.

Para cláudia:

Você disse:
Para mim, o mais difícil é deixar de lado o "poder" que a minha posição como professora me dá. Parece que eu me sinto insegura se não estiver "controlando" tudo o que se passa e às vezes tenho a impressão de "não estar ensinando" se deixar muito na mão dos alunos mas depois de ter tomado consciência da importância da autonomia para a aprendizagem, venho tentando mudar e creio que já consegui bastante progressos somente por estar consciente da questão.


Isto também era uma realidade para mim, até que uma colega, assistindo à uma de minhas aulas, me fez perceber o quanto eu não permitia o desenvolvimento da autonomia em meus alunos.A aula estava muito centrada a mim, o que me desgastava bastante e os meus alunos estavam cada vez mais dependentes.Aos poucos,consegui mudar minha postura e hoje, planejo as minhas aulas para o aluno.Trabalho muito com a interação e percebo um grande progresso tanto para mim, quanto para os meus alunos.
>

>>
>
[> Subject: Re: Seminário sobre Autonomia


Author:
Denise Araújo
[ Edit | View ]

Date Posted: 07:52:31 01/23/03 Thu

>SUGESTÕES DE PONTOS A SEREM DISCUTIDOS:
>
>1)Como um professor pode se tronar um "agente global"
> e co-aprender com seu aluno dentro da perspectiva da
>autonomia?
>
>2)Dentro de sua experiência pessoal como professor
>e/ou como aprendiz de língua estrangeira, qual a maior dificuldade em ir "do aquário ao mar aberto" ?
>
Prezada Rita

Primeiramente gostaria de parabenizá-la pela escolha dos textos para o seu seminário. Todos me levaram a refletir como a minha prática em sala de aula tem promovido ou não uma aprendizagem mais autônoma baseada em questões tais como o uso da tecnologia no ensino de línguas, a relevância do ensino e uso das estratégias de aprendizagem e o respeito às necessidades dos aprendizes. (No momento, infelizmente, estou fora da sala de aula)
Dentre as questões colocadas por você, gostaria de discutir as duas primeiras por considerá-las mais voltadas a minha área de pesquisa:

Questão 1:
Acredito, conforme apontado por Weininger (2000:63), que ao assumir o novo papel de orientador e facilitador da aprendizagem da nova língua que o aprendiz empreende, o professor será capaz de auxiliar os participantes a atingirem as competências necessárias para se tornarem “agentes globais no sentido de novos letramentos”, ou seja, no sentido de não apenas construir competências lingüísticas e culturais na LE mas, também, utilizar as novas ferramentas tecnológicas tais como a Internet na busca de conhecimento contextualizado e adequado a sua realidade (letramento cultural, lingüístico e tecnológico).
Para tanto, sabemos que, para atingir juntamente com os seus aprendizes esses objetivos, é necessário que o professor assuma novas responsabilidades no sentido de familiarizar-se com os novos recursos tecnológicos para melhor gerenciar o processo de ensino-aprendizagem. Nesse sentido, tornar-se um “agente global e co-aprender” com os nossos aprendizes torna-se possível a partir do momento que essas novas tecnologias forem usadas com o intuito de gerarem um trabalho colaborativo entre professores e alunos onde cada um entraria com uma parcela na construção do conhecimento: professores com os conhecimentos lingüísticos na LE, e tecnológico por parte de ambos e, em especial, por parte dos aprendizes com o intuito de atender as necessidades dos todos os participantes e encorajar uma postura mais autônoma tanto para a aprendizagem da nova língua como para o uso dos recursos tecnológicos.


Questão 2:

Sobre esta questão, ao analisar toda a minha experiência como aprendiz e professora de LE, acredito ser as nossas crenças uma das maiores barreiras para sairmos do “aquário rumo ao mar aberto” (conforme apontado por Nicolaides e Fernandes) que, muitas vezes, nos levam a tomar determinadas atitudes que resistem às inovações, mais particularmente à aprendizagem autônoma com o uso das novas tecnologias no ensino-aprendizagem de línguas (mar aberto).
Trabalhos tais como os de Nespor (1987), Pajares (1992), Barcelos (1999) e outros afirmam a importância de investigarmos o pensamento do professor devido à possibilidade de compreendermos porque o professor ensina da forma como ensina, sua resistência em alterar as suas crenças sobre linguagem, ensinar e aprender uma LE e as condições necessárias para que tais mudanças possam ocorrer.
Na minha opinião, vejo como um dos possíveis caminhos para professores e futuros professores vencerem este obstáculo, a reestruturação dos cursos de formação de professores e o desenvolvimento de projetos voltados para a formação em serviço, onde se discuta a importância de sabermos descrever as nossas atitudes em sala de aula e explicar os motivos que nos levam a agir de determinada forma para nos conscientizarmos das novas possibilidades na área de ensino-aprendizagem de línguas, e mais particularmente, sobre as novas demandas no empreendimento de um trabalho voltado para o desenvolvimento do autonomia do aprendiz. A partir dessas ações, professores estarão mais conscientes e preparados para implementarem em sua prática discussões, atividades e estratégias de ensino que levem o aprendiz possivelmente a desmistificar as suas próprias crenças e vencerem os obstáculos na busca de uma formação mais autônoma e crítica.

Um abraço,

Denise Araújo
[> Subject: Re: Seminário sobre Autonomia


Author:
Maristela
[ Edit | View ]

Date Posted: 07:21:29 01/24/03 Fri

O PAPEL DO PROFESSOR, sob a perspectiva da autonomia é o de co-construir o conhecimento cooperativamente e colaboratimente junto ao(s) aluno(s), outros professores e sociedade, em geral. Ele é o facilitador da aprendizagem autônoma. Ele co-aprende com seus alunos, já que a aprendizagem é contínua e os resultados dessa co-aprendizagem/interação são bastante eficazes .

Propiciar mais liberdade de escolha pelos alunos, o que significa mais responsabilidade sobre a aprendizagem autônoma; propiciar condições aos aprendizes para que essa aprendizagem mais autônoma seja co-construída colaborativamente; uso de uma prática eclética tanto pelo professor como pelos aluno(s); trabalhar na sala de aula global são algumas das MANEIRAS DE SE LIDAR com aprendizes mais ou menos autônomos.

QUESTÃO 1: AGENTE GLOBAL: argumentos que podem ser utilizados para defender que o professor /aluno(s) devem ser agentes globais autônomos:

- Provocar uma transformação de conceitos leigos dos aprendizes em conceitos científicos mais elaborados e complexos (Weininger, 2001, p. 49). Essa explicação vai de encontro com a argumentação de Silva (2000, p. 92) de que as crenças (tanto do professor, como do(s) aluno(s)) estão em contínua construção e (re)construção. É necessário que as crenças

“deixem de ser construtos de senso comum, pois serão frutos de elaborações e (re)elaborações que conduzem a geração de conhecimentos e não a simples aquisição de conhecimentos produzidos por outros”

- “A construção social do conhecimento” exige uma comunicação mais autêntica e autônoma entre todos os participantes do processo (Weininger, 2001, p. 49).

- O professor como agente global ensina menos e há mais aprendizagem, ou seja, o professora organiza e gerencia eventos nos quais a aprendizagem de seus alunos pode ocorrer, na integração em contextos reais da língua e cultura alvo. Aqui, o menos do professor, é mais para o aprendiz (Weininger, 2001; Leffa, 2002). A maioria deste eventos acontece fora da sala de aula (Weininger, 2001; Leffa, 2002), não mais no aquário, e sim no mar aberto, sendo que há inúmeras maneiras de se aprender. A sala de aula é apenas a base de apoio do professor, sendo a sala de aula global uma metáfora para a aprendizagem on line. Segundo Freire (citado em Padilha, 2000, p. 1) a “aula” tornou-se, há muito tempo, uma palavra estreita, pobre, para caracterizar a complexa atividade que se dá na escola. Paulo Freire, ao falar de “Círculo de Cultura”, já havia percebido isso há 50 anos.”

- “Não basta ensinar os alunos como surfar na rede, precisamos ensiná-los como fazer ondas!” (Weininger, 2001, p. 61). Essa citação pode se referir também ao trabalho realizado no “aquário”.

QUESTÃO 2
Como trabalho em duas Instituições de Ensino, percebo claramente algumas dificuldades no desenvolvimento de uma prática reflexiva, mais autônoma. Em uma instituição, está no projeto pedagógico a proposta de prática investigativa-reflexiva e há uma “cultura” em relação a esse tipo de trabalho. Na outra, não há essa proposta registrada em algumas ementas. Nessa primeira, consigo um trabalho mais colaborativo, independente e tenho mais suporte, apoio. Na segunda, como não está amarrado/escrito no projeto do curso, há uma grande autonomia pela negação por parte de alguns alunos e, assim, encontro bastante resistência, dificuldade para ir do aquário para o “mar aberto”.

Outra questão crucial que percebo é a falta de cooperação entre os professores da área. Autonomia é um trabalho colaborativo, desenvolvido por todos, alunos e também os diversos professores da área, instituição e se você defende uma proposta de autonomia que não é contemplada pelos demais colegas, esse processo fica “complicado”. Assim, propiciar ao aprendiz autonomia em uma única disciplina “é uma restrição a sua autonomia” (Nicolaides e Fernandes, 2002, p. 83);

Outra questão refere-se a aprendizagem on line. Não consigo imaginar a aprendizagem de inglês sem estar ligando essa ao computador/internet/softwares. Logo, se a instituição não tem laboratório de computador, há bastante limitações no desenvolvimento de aula global (Weininger, 2001), apesar de que alguns alunos já trabalham on line. Segundo Paiva (2001), o novo laboratório de línguas é on line e esperamos que, cada vez mais, esse instrumento de aprendizagem esteja presente, mais e mais, nas Instituições de Ensino.

QUESTÃO 3
A autonomia é um estágio a que se chega e você, como aprendiz autônomo, tem a língua materna (LM) como suporte na aquisição da língua estrangeira (LE), já que esse associa o novo conhecimento de LE ao conhecimento prévio da LM. Logo, o conhecimento da LM contribui para a aquisição da LM. Às vezes, é necessário relacionar o assunto na LM, para que o aprendiz compreenda a LE, ou seja, desenvolver estudo contrastivo da LM e LE, a fim de que haja uma maior aprendizagem. Nesse sentido, se há na sala de aula global aprendizes nativos e não nativos, pode haver uma maior troca de estratégias interativas entre o interlocutor nativo e não nativo e isso é positivo.
No entanto, vale destacar que a maior fonte de erros de escrita dos aprendizes não vem da interferência da LM na aquisição da LE (Figueiredo,1997), ou seja, não vem de erros interlinguais, mas intralinguais (erros resultantes da aprendizagem da LE que não refletem a interferência da LM).

Destaca-se, ainda, segundo Vieira-Abrahão (1992, citado em Silva, 39), que o professor/aluno deve ter “consistência teórica, ou seja, ter conhecimentos relevantes em Pedagogia, Psicologia, Lingüística e, em especial, em Lingüística Aplicada.”, computação... Nesse sentido, “um programa para desenvolver o novo letramento mais abrangente inclui a LE apenas como uma modalidade.”(Weininger, 2001, p. 61)

QUESTÃO 4
Não se pode negar que a autonomia relaciona-se aos contextos educacional, político, sócio-histórico e cultural do aprendiz (Sinclair, 1999). Pode-se dizer que os textos on line são, no momento, em sua grande maioria na língua inglesa. No entanto, não podemos dizer que o professor de inglês tem maior facilidade de se “adaptar” à perspectiva da autonomia do que o professor de francês, alemão ou russo. Podemos para isso, exemplificar o nome desse curso “Autonomia, estratégias e aprendizagem de Línguas Mediada Por Computador”. Logo, a perspectiva de autonomia defendida se relaciona à língua materna e estrangeira, à perspectiva da educação de línguas e não somente de Língua Inglesa.

Percebe-se que a construção do conhecimento está em contínua construção e (re)construção, assim como as crenças dos aprendizes, sendo a autonomia do aprendiz co-construída por todos do processo educacional e também pelas diversas sociedades, culturas. O nível/etapa de autonomia do aprendiz relaciona-se às suas tomadas de decisões (reflexão-ação), apesar de a autonomia não ser sempre observável (Sinclair, 1999) e isso é característica comum a qualquer cultura, contexto. Essas tomadas de decisões estão relacionadas ao “self, the subject matter, the learning process” (Sinclair, 1999, p. 5-6) e devem ser respeitadas, segundo “as necessidade peculiares culturais da comunidade em questão” ( Nicolaides e Fernandes, 2001, p. 92).

Referências Bibliográficas
LEFFA, V. Quando o menos é mais. 2002. 18 p.
< http://www.leffa.pro.br/autonomia.htm >

NICOLAIDES, C. & FERNANDES, V. Crenças e atitudes que marcam o desenvolvimento de autonomia no aprendizado de língua estrangeira. In: The Specialist. São Paulo: EDUCAT, V. 23, N. 1, 2002. p. 75-99.

PADILHA, 2001. < http:www.paulofreire/org >

PAIVA, V.L.M. O www e o ensino de inglês. In: Revista Brasileira de Lingüística Aplicada. V. 1, no. 1. Belo Horizonte: Faculdade de Letras da UFMG, 2001. p. 93-116

SILVA, I. M. Percepções do que seja ser um bom professor de inglês para formandos de Letras: um estudo de caso. Dissertação de mestrado não publicada. Belo Horizonte: UFMG, Faculdade de Letras, 2000.

SINCLAIR, B. Learner autonomy: how far have we come? Where are we going? IN: The Newsletter of the IATEFL. 1999. p. 5-7

Weininger, M. j. Do aquário em direção ao mar aberto: Mudanças no papel do professor e do aluno. In: LEFFA, V. O professor de línguas estrangeiras – Construindo a profissão. Pelotas: educat, 2001. p. 41-68
[> [> Subject: Re: Seminário sobre Autonomia


Author:
Denise Araújo
[ Edit | View ]

Date Posted: 08:44:41 01/24/03 Fri

>O PAPEL DO PROFESSOR, sob a perspectiva da autonomia é
>o de co-construir o conhecimento cooperativamente e
>colaboratimente junto ao(s) aluno(s), outros
>professores e sociedade, em geral. Ele é o facilitador
>da aprendizagem autônoma. Ele co-aprende com seus
>alunos, já que a aprendizagem é contínua e os
>resultados dessa co-aprendizagem/interação são
>bastante eficazes .

>- O professor como agente global ensina menos e há
>mais aprendizagem, ou seja, o professora organiza e
>gerencia eventos nos quais a aprendizagem de seus
>alunos pode ocorrer, na integração em contextos reais
>da língua e cultura alvo. Aqui, o menos do professor,
>é mais para o aprendiz (Weininger, 2001; Leffa, 2002).
>A maioria deste eventos acontece fora da sala de aula
>(Weininger, 2001; Leffa, 2002), não mais no aquário, e
>sim no mar aberto, sendo que há inúmeras maneiras de
>se aprender. A sala de aula é apenas a base de apoio
>do professor, sendo a sala de aula global uma metáfora
>para a aprendizagem on line. Segundo Freire (citado em
>Padilha, 2000, p. 1) a “aula” tornou-se, há muito
>tempo, uma palavra estreita, pobre, para caracterizar
>a complexa atividade que se dá na escola. Paulo
>Freire, ao falar de “Círculo de Cultura”, já havia
>percebido isso há 50 anos.”
>
>- “Não basta ensinar os alunos como surfar na rede,
>precisamos ensiná-los como fazer ondas!” (Weininger,
>2001, p. 61). Essa citação pode se referir também ao
>trabalho realizado no “aquário”.
>
>QUESTÃO 2
>Como trabalho em duas Instituições de Ensino, percebo
>claramente algumas dificuldades no desenvolvimento de
>uma prática reflexiva, mais autônoma. Em uma
>instituição, está no projeto pedagógico a proposta de
>prática investigativa-reflexiva e há uma “cultura” em
>relação a esse tipo de trabalho. Na outra, não há essa
>proposta registrada em algumas ementas. Nessa
>primeira, consigo um trabalho mais colaborativo,
>independente e tenho mais suporte, apoio. Na segunda,
>como não está amarrado/escrito no projeto do curso, há
>uma grande autonomia pela negação por parte de alguns
>alunos e, assim, encontro bastante resistência,
>dificuldade para ir do aquário para o “mar aberto”.
>
>Outra questão crucial que percebo é a falta de
>cooperação entre os professores da área. Autonomia é
>um trabalho colaborativo, desenvolvido por todos,
>alunos e também os diversos professores da área,
>instituição e se você defende uma proposta de
>autonomia que não é contemplada pelos demais colegas,
>esse processo fica “complicado”. Assim, propiciar ao
>aprendiz autonomia em uma única disciplina “é uma
>restrição a sua autonomia” (Nicolaides e Fernandes,
>2002, p. 83);

Prezada Maristela

Primeiramente gostaria de parabenizá-la pelas suas colocações. Sempre gosto de ler os seus comentários pois percebo, através dos mesmos, o seu prazer em ensinar deixando uma mensagem de otimismo e experiência de vida.
Sobre os seus comentários, gostaria de dizer-lhe que acredito, como vc., que a tarefa de caminharmos do aquário rumo ao mar aberto não é uma tarefa fácil sendo repleta de tropeços, conflitos e incertezas em relação as nossas crenças, a de nossos colegas de trabalho e as de nossos aprendizes mas, também, de aprendizagem para as partes envolvidas.
Ao mencionar uma das tarefas do professor como agente global, dentro da perspectiva da aprendizagem autônoma, que é "ensinar menos" se abstendo do papel de único detentor do conhecimento para o co-construtor do conhecimento juntamente com os seus aprendizes, acredito, como afirma Dickinson (1994) na importancia de professores e aprendizes terem uma maior consciência do que vem a ser autonomia no processo de ensino-aprendizagem de línguas. Segundo a autora (1994: 12):

"autonomy is not a threat to the teacher´s role or the teacher´s job. The result of preparing learners for autonomy is a teaching/lerning process in which responsability is shared between teachers and learners, with learners becoming progressively more self-sufficient".

Acredito, como colocado pela autora, que o empreendimento por este tipo de trabalho pode ser facilitado por alguns fatores tais como:
. "by letitimizing independence,
. by persuading learners that they are capable of learning independently,
. by teaching them how to go about learning independently, that is, by teaching students how to learn."

No entanto, acredito que para atingirmos esse grau de consciência e comprometimento, é necessário que se crie nas instituições formadoras de professores e nas próprias escolas um tipo de trabalho voltado para a prática reflexiva onde todos os participantes possam se "ver no espelho" para reconhecerem-se e entenderem-se podendo,
a partir daí, gerenciar possíveis mudanças em sua prática visando um maior engajamento do aprendiz na construção da aprendizagem.

Um forte abraço,

Denise
[> [> Subject: Re: Seminário sobre Autonomia


Author:
Denise Araújo
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Date Posted: 08:52:44 01/24/03 Fri

Prezada Maristela

Esqueci de anexar a bibliografia no meu conentário.

DICKINSON, L. Learner autonomy: what, why and how? In: LEFFA, V. J. (Ed.). Autonomy in language learning. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 1994. p. 1-12

Caso ainda não conheça este artigo e outros artigo deste livro, acho que vale a pena pois são bem interessantes.

Um abraço,

Denise ARaújo
[> Subject: Re: Seminário sobre Autonomia


Author:
miriam
[ Edit | View ]

Date Posted: 12:30:18 01/24/03 Fri

2) Dentro de sua experiência pessoal como professor e/ou como aprendiz de língua
estrangeira, qual a maior dificuldade em ir "do aquário ao mar aberto" ?

Definitivamente a maior dificuldade que encontro é conseguir que os alunos compreendão que este é o caminho. A grande maioria dos alunos quando não seguem um padrão, um livro, ou seja o estilo tradicionaal, reclamam que não estão sentindo progresso, apesar do progresso ser nítido para mim e até mesmo para os colegas. Muitos alunos estão aprisionados no antigo padrão de ensino, onde o professor é a sumidade, alguns até se recusam de maneira velada a interagir com o colega, não gostam de trabalhar em grupo. Eles acham que estão aprendendo errado, ou que o colega não tem nada a acrescentar, e mesmo numa atividade em pares ou em grupo demandam a atenção do professor o tempo todo. Quantas e quantas vezes não fui questionada pela minha insistência no trabalho em conjunto. E quando peço para que os grupos apresentem o resultado final do projeto, muitos faltam a aula ou simplesmente não prestão atenção nos colegas.
Tentei também desenvolver um grupo de estudo com meus colegas professores para implementarmos o uso de informática no curso regular e não apenas como atividade extr-classe, aí sim percebi o real significado da palavra resistência, apenas uma meia dúzia me derão atenção. Quando peço a palavra nas reuniões didáticas, alguns me olham com um olhar fuzilador como que perguntando o que que eu estou “inventando” agora. Talvez a surpresa de quem está lendo isto tenha sido do tamanho da minha. Pois é, difícil para nós, apreciadores da tecnologia compreender esta postura. Mas o medo do novo é muito grande ainda, esta foi a lição que tirei desta experiência, e aprendi a respeitar mais o tempo do outro, afinal isto parte de dentro, como Weininger menciona no texto “do aquário em direção ao mar aberto”, quando ele diz: “...pois os eventos de aprendizagem só são produtivos se o indivíduo a) realmente sente a necessidade de assimilar, acomodar e equilibrar novos eventos b) tem acesso a um contexto social relevante para ele e para este tipo de aprendizagem.” Mas a imensidão do mar é para muitos fascinante e para outros amendrontadora, acho que como professores facilitadores precisamos auxiliar nossos alunos a enxergar esta maravilha através de entusiamo, atividade bem estruturadas e respeito, muito respeito ao ‘timing’ de cada um.


Ps: Rita, sem rasgação de seda, adoreisua ecolha de bibliografia e você foi também muito feliz na exposição e organização do seu seminário, parabéns mesmo!
[> Subject: Re: Seminário sobre Autonomia


Author:
Junia Braga
[ Edit | View ]

Date Posted: 11:52:45 01/25/03 Sat

>Caros colegas e Rita,
A escolha dos textos como já mencionado por alguns colegas foi muito boa. Realmente gostei demais.Parabéns!!! O proposta de Weininger vai de encontro à nova perspectiva pedagógica de revermos o papel do professor,do aluno e dos materiais didáticos. “ Ir do aquário ao mar aberto” é uma proposta que exige mudança de todos que estão inseridos no contexto de ensino e aprendizagem. Acredito que as novas abordagens colaborativas promovem ‘scaffolding’ e podem servir de ponte entre o aquário e o mar. Os livros didáticos como defende o autor e muitos professores não são mais suficientes para fazer essa passagem. A tecnologia sem um direcionamento instrucional também vai deixar muito ‘peixinho’ perdido no mar. Acredito que devemos refletir sobre os elementos que possam auxiliar o professor a atingir um letramento amplo para que esse “professor possa ser agente autônomo com letramento pleno na comunicação global da nova idade da informação’ capacitando-o assim, a auxiliar o aluno com estratégias para alcançar seu objetivos.
[> Subject: Re: Seminário sobre Autonomia


Author:
Vanderlice Sól
[ Edit | View ]

Date Posted: 16:56:30 01/25/03 Sat

Rita,

Acredito que para o professor se tornar “um agente global” e co-aprenda com seu aluno é necessário que ele desenvolva novas competências, via ampliação e adaptação do conceito de letratamento. E também é preciso que o professor aprenda dosar o uso dos mecanismos de controle que ele exerce em sala de aula, utilizando uma abordagem menos centrada nele e procure adotar um ensino mais colaborativo com os alunos e com outros colegas.

Muitas vezes, por mais que o professor tente, fica difícil adotar uma abordagem sócio-construtivista. Em meu contexto de trabalho, acho que são várias variáveis que me impedem de ir em direção “ao mar aberto”, mas gostaria de destacar a que considero mais marcante: os conflitos nos sistemas de crenças dos envolvidos no processo de ensino/aprendizagem (alunos, professores, coordenadores, diretores, pais, etc.). Embora reconheça tais dificuldades continuo lutando rumo a este “mar aberto”, mesmo sabendo que o caminho pode ser longo.

Um abraço

Vanderlice

P. S. Adorei seus textos.


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